O Estádio Moisés Lucarelli é o estádio pertencente à Associação Atlética Ponte Preta. Localiza-se na cidade de Campinas, no interior do estado de São Paulo, Brasil. Foi inaugurado em 12 de setembro de 1948 com capacidade para 35 mil espectadores, tendo sido construído com doações de material feitas por aficionados do clube. A construção levou seis anos.
Atualmente, teve a capacidade diminuída para cerca de aproximadamente 20 mil pessoas, a fim de proporcionar maior conforto e obedecer às novas determinações legais. Além da Ponte Preta, outro clube de Campinas, o Red Bull Brasil também manda seus jogos do Paulistão da Série A2 no estádio.
É possível que o seu recorde de público tenha sido no jogo entre Ponte Preta e Santos, em 16 de agosto de 1970, quando 33 500 espectadores pagaram ingressos para ver a vitória dos visitantes por 1 a 0. Porém, segundo historiadores, havia cerca de 40 mil torcedores dentro do estádio e mais quatro mil pessoas do lado de fora, sem conseguir entrar. No final desse campeonato paulista, a Ponte Preta conquistou o vice-campeonato.
Oficialmente, o maior público é da derrota por 3 a 1 da Ponte Preta para o São Paulo, em 1.º de fevereiro de 1978: 37 274 (34 985 pagantes). É conhecido pelos torcedores do clube como Majestoso, porque sua capacidade quando da inauguração em 1948 era na época a terceira maior do Brasil, perdendo apenas para o Pacaembu, em São Paulo e São Januário, no Rio de Janeiro.
O Moisés Lucarelli é um dos poucos estádios do Brasil construídos por seus próprios torcedores e homenageia Moysés Lucarelli (1900-1978), presidente do clube por muitos anos e idealizador do estádio, que angariou fundos entre associados e pessoas da comunidade. Lucarelli não queria ser o patrono do estádio, mas a diretoria aproveitou-se de uma viagem dele à Argentina para colocar seu nome e teve de acatar a homenagem — apesar de o nome do ex-presidente ser grafado com Y, o nome oficial do estádio é grafado com I.
Está localizado à Praça Dr. Francisco Ursaia, 1900 (número escolhido por ser o ano de fundação do clube), em Campinas.
O estádio erguido pela própria torcida...
Talvez uma das páginas mais emblemáticas da história da Ponte Preta, seja o momento da construção do Estádio Moisés Lucarelli. O único patrimônio do clube era sua sede no centro da cidade. Nesse período, a Ponte mandava seus jogos no campo da Mogiana, e pouco antes chegou a mandar jogos no campo de seu rival Guarani. Ou seja, a Ponte sempre jogava em território inimigo, mesmo quando era mandante.
Esse panorama fez com que houvesse um movimento é motivo de orgulho para todos que participaram, ou que apenas torcem pelo time: a torcida e alguns empresários da época, organizaram-se num sistema de multirão, e conseguiram o terreno, o material e, principalmente, a mão de obra voluntária para trabalhar na construção do estádio, que foi, literalmente, erguido pela sua torcida. Essa empreitada custou caro para alguns desses empresários, como o próprio Moisés Lucarelli, que teve sérios problemas financeiros, pois empenhou o seu próprio patrimônio para realizar o sonho de construir o estádio, sem falar que dedicou também seus melhores anos nessa empreitada.
Algumas campanhas que mereceram destaque na época foram a arrecadação, junto aos torcedores, de cerca de Cr$ 250 mil no ano de 1944 e a "Campanha dos Tijolos", que arrecadou 250 mil tijolos em apenas dois meses no ano de 1946. O começo das obras, depois da aquisição do terreno e terraplanagem do mesmo, aconteceu em 1948, e já nesse ano, foi disputada a primeira partida, mas com o estádio inacabado. Contudo, o término do estádio aconteceu somente no ano de 1960, quando ele passou a ter a fachada que perdura até hoje. Foi o fim de um período de grande movimentação popular em favor do clube, algo de que poucas agremiações no mundo podem se orgulhar.
O sonho vira realidade
O trabalho gera riqueza, e o trabalho de milhares de mãos pontepretanas gerou um templo, palco Majestoso. Foram milhares de Josés, Joãos, Moisés, Franciscos, Paulos, Pedros, brasileiros, campineiros, estrangeiros, pontepretanos. Essa paixão nos remete a nossa mística a – torcida tem um time e, pelo time, assina um pacto silencioso e não escrito, que é uniforme na consciência e na memória coletiva da nação ponte-pretana. “Podemos ser diferentes, mas somos todos um”, pensamos sempre com o coração; emoção, fidelidade e fibra fazem parte de nossa mística. Que todo jogador que enverga nosso símbolo maior sobre o coração e pisa no gramado sagrado construído pelo nosso povo nunca se esqueça de nossa mística: “coração, fidelidade e fibra”.
Estes são nossos alimentos, nosso deleite é provar o gosto doce da vitória, é bater com força em nosso coração; a construção do Estádio Moisés Lucarelli faz parte de nossa mística, pra sempre Ponte Preta.
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