quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Estádio Durival Britto e Silva (Vila Capanema)


O Estádio Durival Britto e Silva, também conhecido como Vila Capanema, é um estádio de futebol brasileiro localizado em Curitiba e inaugurado em 1947. Foi uma das sedes da Copa do Mundo de 1950, relizada no Brasil, e ao longo de seus mais de 60 anos pertenceu ao Ferroviário, Colorado, e atualmente pertence ao Paraná Clube. Seu nome é uma homenagem ao então Superintendente da Rede Ferroviária do Paraná na época da sua construção, e o apelido vem da sua localização.

Em 2011 o "Durival Britto" poderá passar de mãos e fazer parte do patrimônio do Governo do Estado do Paraná, pois desde 1971 existe uma ação judicial pela posse da área pertencente a antiga Rede Ferroviária Federal S.A., aonde encontra-se o estádio. Através de um acordo, esta ação poderá ter fim e o estádio ser entregue, do Governo Federal para o Estadual e assim ser utilizado pela Paraná Clube, por ser o sucessor do Clube Atlético Ferroviário, que foi responsável pela construção do estádio em 1947.

História

Construção e Inauguração

Sua construção foi um marco na vida do Clube Atlético Ferroviário e na história do futebol paranaense. O clube, fundado em 1930 por funcionários da Rede Ferroviária, estava crescendo e precisava de um estádio de porte para mandar seus jogos. Foi feito então um projeto pelo arquiteto Rubens Maister, projetista da construtora Thá, que foi apresentado por Reinado Thá ao superintendente da empresa, Durival Britto e Silva e ao presidente do Clube, Heron Wanderley. Ambos acharam ótima a idéia e se entusiasmaram com o projeto, mas alegaram não ter recursos para bancar a obra. Então o dinâmico Reinaldo Thá foi à luta, atrás do dinheiro, do material e da mão-de-obra para construir o estádio.

Depois de inaugurado em 23 de janeiro de 1947, ele passou a ser o terceiro maior estádio do país, com capacidade inferior apenas ao Pacaembu, em São Paulo e ao São Januário, no Rio de Janeiro.

A inauguração foi realizada em uma 5ª-feira à noite e serviu para testar o sistema de iluminação do Estádio. Foi uma partida amistosa entre o dono da casa, Ferroviário e o Fluminense do Rio de Janeiro, um dos principais clubes do Brasil na época. O Jogo terminou em 5x1 para os cariocas, e o primeiro gol foi marcado por Careca, atacante do Fluminense.

Copa do Mundo

Quando o Brasil ganhou o direito de sediar a Copa do Mundo de futebol em 1950, a primeira após 12 anos de paralisação por causa do grande conflito mundial, a cidade de Curitiba credenciou-se para ser uma das sub-sedes. A Federação Paranaense de Futebol ofereceu à CBD - então Confederação Brasileira de Desportos - o belíssimo e recém inaugurado Estádio Durival Britto. A CBD incluiu Curitiba no circuito da Copa, graças à existência do estádio do Ferroviário, e uma comissão de vistoria veio até a cidade para analisar o estádio da Vila.

O estádio foi aprovado por unanimidade e, no dia 25 de junho de 1950 ficou lotado para o jogo entre Espanha e Estados unidos. O segundo jogo da Copa em Curitiba aconteceu no dia 29 de junho entre as equipes de Paraguai e Suécia. O estádio Durival Britto e Silva entrava para a história das grandes praças esportivas do mundo.

Ferroviário, Colorado e Paraná Clube na Vila Capanema

Sob o comando do Clube Atletico Ferroviário, a Vila Capanema foi palco de grandes jogos e grandes finais de campeonatos. O primeiro foi em 1950, quando o Ferroviário disputou a final com o rival Coritiba e sagrou-se campeão Paranaense. Três anos mais tarde, no dia 28 de novembro de 1953, o Ferroviário conquistava o seu mais importante título, "Campeão do Centenário", mais uma grande festa na Vila. E em 1965 o Ferroviário conquistava mais um título paranaense no Estádio Durival de Britto, novamente em cima do rival Coritiba.

No ano de 1971 o Ferroviário se fundiu a outros dois clubes de Curitiba, dando origem ao Colorado Esporte Clube, e o Durival de Brito e Silva passou a ter novo dono. Em toda a história do Colorado, o jogo mais marcante na Vila Capanema foi a final do Campeonato Paranaense de 1980, disputado contra o Cascavel que podia perder por até 3 a 0. Após sofrer dois gols, o time do interior iniciou um "cai-cai" no gramado e a partida precisou ser paralisada diversas vezes antes do término do primeiro tempo. Mesmo assim, os jogadores do Cascavel continuaram a se atirar no campo e o jogo foi encerrado. Com um ato administrativo, o então presidente da FPF na época, Luiz Gonzaga da Motta Ribeiro, declarou as duas equipes campeãs.

Em outra fusão, desta vez entre o Colorado e o Esporte Clube Pinheiros em 1989, nasceu o Paraná Clube. A Vila muda de dono novamente e passa a ser um dos estádios do promissor clube, que também herdou a Vila Olímpica do Boqueirão (Estádio Érton Coelho de Queiroz), que pertencia ao Pinheiros. Após muitos anos, a Vila Capanema voltou a ser palco de uma comemoração de título. Foi em 1993, quando 16 mil torcedores compareceram e viram o Paraná Clube ganhar do Matsubara por 3 a 1 e conquistar o seu segundo título de campeão paranaense.

O Paraná seguiu mandando jogos na Vila até que em 2003 foi criado o Estatuto do Torcedor, que exigia o uso de estádios com capacidade mínima para 15.000 pessoas. O clube passou então a atuar no Pinheirão, e designou a Vila Capanema para o treinamento dos profissionais e para partidas das categorias de base. Os únicos jogos do time profissional realizados nesse período foram os do Torneio da Morte, quadrangular que definiria os rebaixados no campeonato paranaense 2004, quando a Paraná venceu facilmente os três jogos que contaram com casa cheia, mostrando todo o carinho da torcida paranista com o estádio histórico.

Campanha "Vila, tá na Hora!"

No fim do ano de 2005, após inúmeros pedidos da torcida, o Paraná Clube iniciou a campanha "Vila, Tá na hora!", comandada pelo então diretor de marketing, Neto Gayer. Iniciou-se então, uma série de obras de revitalização, ampliação e de adequação ao Estatuto do Torcedor.

Além de reformas no gramado, bares, banheiros etc., e a construção da curva norte, com capacidade para 8.500 pessoas, a principal obra foi a construção de 72 camarotes sobre a arquibancada da reta do relógio. Vendidos rapidamente a preços entre R$26.000,00 R$39.000,00, o valor arrecado foi de R$1.820.000,00 (quase dois milhões de reais), alavancando as obras, orçadas em dois milhões e meio de reais. Além disso, uma série de produtos, como canecas, pulseiras e chaveiros da campanha foram lançados. Com excelente resposta da torcida, as obras foram todas feitas por esses recursos.

A reinauguração do estádio, agora com capacidade para 20.083 torcedores, aconteceu dia 20 de setembro de 2006, às 19h30min, quando o Paraná ganhou do Fortaleza por 2x0, com gols de Leonardo e Peter, em partida válida pelo Campeonato Brasileiro. Desde então, vem sendo a casa do Paraná Clube, que atualmente disputa a segunda divisão do Campeonato Brasileiro.


Em 2007 a Vila Capanema voltou a figurar no cenário internacional do futebol. Foi quando o Paraná Clube participou pela primeira vez da Copa Libertadores da América. Foram disputados cinco jogos na Vila até o time paranaense ser eliminado da competição, pelo Libertad do Paraguai nas oitavas de final. Na fase de grupos os jogos foram contra o compatriota Flamengo, Real Potosí da Bolívia e Union Maracaibo da Venezuela. Na primeira fase, também chamada de pré-libertadores, o Paraná enfretou o Cobreloa do Chile. Também em 2007, a Vila foi o palco de mais uma final do Campeonato Paranaense, quando o Tricolor da Vila perdeu o título para o ACP.

Localização

O estádio fica no bairro Jardim Botânico, região central de Curitiba, oficialmente na Rua Engenheiros Rebouças, sem número. Fica ao fundo da Rodoferroviária de Curitiba e do pátio de manobras da Rede Ferroviária. Muito Próximo ao estádio passa o Rio Belém e o Viaduto Colorado, onde algumas pessoas se arriscam a assistir os jogos disputados no estádio. Apesar de ser um bairro residencial, perto ao estádio, na Rua Engenheiros Rebouças encontram-se sedes de alguns órgãos públicos e empresas, como IAP, Sanepar e CAVO. Próximo ao estádio, ficam também algumas fábricas, como Mate Leão, Mate Real, Brahma (Ambev), entre outras.

Até as obras de 2006, o acesso principal para a torcida paranista ao estádio era pela Rua Engenheiros Rebouças. Depois das obras, com a construção da Curva Norte o acesso foi transferido para a Avenida Doutor Dário Lopes dos Santos (continuação da Avenida Presidente Getúlio Vargas).

Setorização

As arquibancadas da Vila Capanema são divididas em cinco setores para o público, dos quais quatro são para a torcida local. São eles: Curva Norte, Reta do Relógio, Sociais Cobertas e Cadeiras. A área destinada aos Visitantes fica ao lado das arquiancadas sociais. Além desses setores, existem a geral que fica à frente das Sociais e os Camarotes que foram construídos recentemente sobre a Reta do Relógio. As cabines de rádio e televisão ficam em cima das arquibancadas sociais (oposta à Reta do Relógio).

O acesso para a torcida do time da casa é feita pela rua Dr. Dário Lopes dos Santos e para a torcida adversária pela Rua Engenheiros Rebouças, na antiga fachada do estádio. A entrada para o estacionamento é na Rua Pedro de Araújo Franco.

Estrutura

A Vila Capanema conta hoje com as seguintes instalações:

- Campo de Futebol

- Sala de Musculação

- Departamento Médico

- Departamento de Fisioterapia

- Hotelaria / Concentração

- Restaurante

- Rouparia

- Arquibancadas com Vestiários

- Depto. de Futebol Profissional/Administração

- Sala de Imprensa

- Sala de Palestra

- Depto. de Informática/Central de TI

- Loja Tricolor (Materiais Esportivos)

- Estacionamento

- Modernas Portarias (Sistema de ingressos informatizado)

- Modernas Bilheterias (Venda de ingressos interligado a todas as sedes)